Infelizmente, o Brasil ainda é conhecido como um país de desdentados. É muito comum na cabeça da população a imagem de que idosos usam dentadura; a ideia de que na cabeceira da cama ao lado de um avô dormindo, vai ter um copo com água e um par de dentaduras dentro. É comum pensarmos que, à medida que envelhecemos, vamos perdendo os dentes. E que todos estamos destinados a morrer desdentados.
Entretanto, o que não se sabe é que há possibilidade de envelhecermos com dentes. Podemos, sim, vivermos sorrindo pra vida com nossos próprios dentes, e não com uma dentadura. E tudo começa na prevenção.
Fica até meio maçante falar isso, parece propaganda de saúde, mas a prevenção é o melhor remédio. Se prevenirmos a cárie e a doença periodontal, teremos uma redução drástica na quantidade de dentes perdidos, pois são essas as doenças que mais levam às extrações dentárias.
Etimologicamente, a palavra cárie significa matéria podre. E é isso que vemos num processo carioso. Bactérias presentes na cavidade bucal digerem os açúcares que comemos, produzem ácido e o ácido corrói a estrutura do dente. Com isso, o cálcio e outros minerais do dente são perdidos, formando a cavidade. Nesta cavidade acumulam-se restos alimentares, mais bactérias, saliva e resto de dente corroído, formando uma massa amolecida, apodrecida.
À medida que mais bactérias estão presentes, mais acido é produzido, e maior a cavidade da cárie vai ficando. Até que essa massa atinge as porções mais internas do dente, aproximando-se do nervo do dente. É quando há dor. E em casos mais avançados de dor, há necessidade de se tratar o canal do dente. Nessa situação, as bactérias já entraram em contato com o nervo do dente e infeccionaram o nervo. O tratamento de canal é uma limpeza e desinfecção do nervo do dente com posterior obturação pelo material mais adequado.
Quando falamos em doença periodontal, estamos nos referindo à doença que atinge o tecido em volta do dente, que o sustenta e o protege. Também por um acúmulo de bactérias na porção gengival, temos produção de material tóxico que degrada a gengiva. Conforme essas bactérias vão se multiplicando, mais toxina é produzida e mais perda gengival se tem. Abaixo da gengiva há o osso de sustentação do dente, que também será atingido na sequência. Com isso, o dente perde esses tecidos de sustentação e proteção, ficando amolecidos. Dentes que aparentemente não tem problema algum, ficam moles. A causa também é bacteriana, só que desta vez a bactéria “prefere” a gengiva e o osso, e não o dente.
Portanto, as principais doenças que levam à perda dentária são causadas por bactérias. E as bactérias são removidas com os hábitos de higiene bucal. O uso do fio dental e da escova de dentes é fundamental. Se usados corretamente e pelo menos três vezes ao dia, não haverá adesão de bactérias no dente e nem na gengiva suficiente para causar cárie ou doença periodontal. Criar bons hábitos de higiene fazem parte da prevenção de doenças de boca. Prevenindo, não perderemos mais dentes.
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