Consultório da Dra. Nália

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domingo, 2 de setembro de 2018

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Odontologia de pacientes especiais

Os pacientes portadores de necessidades especiais têm acesso restrito a tratamento odontológico no nosso Estado. São poucos os profissionais capacitados para lidar com esses pacientes no âmbito particular. Pelo serviço de saúde pública, a situação é ainda mais complicada.

Pacientes renais crônicos, hipertensos, cardiopatas, diabéticos, grávidas, sequelados de acidente vascular-cerebral (AVC) e de paralisia cerebral, portadores de síndromes, com debilidades cognitivas são alguns dos exemplos daqueles que, normalmente, precisam de auxílio para realizar suas atividades diárias. Consequentemente, também necessitam de um atendimento dentário especializado. Muitas vezes, tais pacientes não podem nem se submeter a um tratamento convencional em consultório, devendo ser levados para atendimento em ambiente hospitalar.

Há algumas situações típicas de portadores de necessidades especiais que impossibilitam esse atendimento convencional. Como no caso de diabéticos, hipertensos e cardiopatas não controlados e que apresentam uma urgência dentária. O atendimento odontológico tem que ser realizado, pois o paciente está com dor de dente ou com abscesso gengival, por exemplo, mas as taxas de glicemia e pressão arterial estão acima dos limites aceitáveis. São casos em que o atendimento para remoção da dor não pode ser feito sem um monitoramento adequado, o que só é possível em ambiente hospitalar, com o paciente internado sob assistência médica. Para esse grupo de pacientes, o tratamento dentário será conduzido quando seus exames e o médico atestarem normalidade. Somente o atendimento de urgência é que deverá ser feito e exclusivamente em hospital.

Pacientes com determinadas síndromes, com debilidade cognitiva e alguns com paralisia cerebral não permitem atendimento na cadeira do dentista. São outro grupo de pacientes que necessitam de atenção odontológica em hospital. Os tratamentos desse grupo são conduzidos, normalmente, sob sedação em centro cirúrgico ou sob anestesia geral. Em algumas situações nem mesmo o exame clínico é permitido por esses pacientes, e o dentista só consegue fazer o diagnóstico acurado quando o paciente já está sedado.

Para os pacientes com sequela de AVC ou de paralisia facial, a higiene bucal se torna bastante complexa, pois os músculos da face e coordenação motora estão prejudicados. Para esses pacientes, atendimento dentário convencional pode ser possível, desde que o profissional seja habilitado para isso e que o paciente esteja com suas funções de reflexo mínimas em funcionamento. Às vezes as sequelas são tão graves que o paciente não permite atendimento. Considera-se, então, a possibilidade de intervenção sob sedação médica, caso a necessidade de tratamento realmente justifique.

Assim, é necessário um corpo clínico de cirurgiões-dentistas relativamente grande para atender a demanda do nosso Estado. E não é o que ocorre, infelizmente. Esses pacientes ficam, em sua maioria, desassistidos tanto no âmbito da saúde privada quanto pública. Há carência de profissionais e falta de incentivo financeiro por parte dos governantes para que mais profissionais optem por essa especialidade. Somente um profissional com experiência em atendimento a portadores de necessidades especiais é capaz de conduzir um tratamento adequado.


Ano Novo, Boca Nova

Estamos no começo do ano de 2012. Já podemos começar a dar os primeiros passos para colocar em prática as promessas feitas no finalzinho de 2011. Emagrecer, estudar, dar mais atenção à família e cuidar da saúde são algumas das atitudes que muitos se propõem a tomar quando um novo ano inicia. No item que diz respeito à saúde, cuidar da boca está logo nas primeiras linhas.

Não é difícil conseguir um belo sorriso. Há vários tratamentos disponíveis, com técnicas modernas e excelentes materiais estéticos, como o clareamento dental, as facetas de porcelana e as coroas metal-free.

O clareamento é um tratamento que sempre branqueia os dentes, mas não podemos precisar o quanto. Há a técnica de consultório, em que se usa um agente clareador ativado pela luz led/laser e são realizadas, em média, duas sessões para obter o resultado desejado. Existe a técnica caseira, na qual o paciente recebe o material para aplicar em casa, com visitas periódicas para avaliação no dentista. E há a associação de ambas as técnicas, que dependerá de cada caso, a ser avaliado pelo dentista.

As facetas são o meio através do qual os dentes recebem uma espécie de capa de porcelana. Dessa forma, os dentes ficam bastante brancos na parte da frente, que é visível durante o sorriso, e podem ter suas formas e tamanhos alterados também, se o caso clínico exigir. Dentes pequenos podem ficar maiores; dentes curtos alongam; espaço entre os dentes passa a não mais existir; dente tortos se alinham; dentre outras alterações possíveis. Normalmente é essa a técnica utilizada por artistas de televisão para conseguirem dentes alinhados, proporcionais entre si e muito brancos.

A porcelana também pode ser usada para encapar o dente por completo, fazendo uma nova coroa dentária. Quando as coroas são confeccionadas, pode-se abrir mão do metal -em alguns casos- e fazer coroas inteiras de porcelana. São as coroas metal-free, ou seja, livres de metal. Antigamente, todas as coroas teriam que, obrigatoriamente, ter sua porção interna metálica. Com a evolução da tecnologia e dos materiais odontológicos, já é possível fazer dentes sem nenhum metal. Entretanto, cada caso deve ser estudado separadamente. E em um mesmo paciente, dentes diferentes podem receber tratamentos diversos.

Dessa forma, fica fácil cumprir essa promessa de ano novo. Um belo sorriso pode ser obtido por aqueles que procurarem um profissional competente, atualizado e com experiência em estética bucal. Feliz 2012!


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Manchas Bucais: parte II

Conforme exposto no artigo da semana passada, a mucosa bucal pode apresentar diversos tipos de manchamento. Língua, bochechas, gengiva e palato (céu da boca) podem apresentar manchas temporárias ou definitivas, escuras ou claras, de origem do próprio organismo ou de substâncias ingeridas.

Algumas causas de manchamento citadas foram a de origem da melanina (mais comumente presente em pacientes de pele morena ou negra), de restaurações metálicas (como o amálgama e blocos metálicos, antigamente utilizados), de hemorragias (após traumas ou cirurgias) e de medicamentos (bochechos, quimioterápicos, hormônios em reposição e agentes antimaláricos).

Além dessas causas, há também as manchas provenientes de uma doença que o paciente possa apresentar ou aquelas relacionadas ao câncer de boca.

Algumas doenças se manifestam, inicialmente, através de manchas bucais, o que torna um bom exame clínico bucal imprescindível. O cirurgião-dentista pode ser o primeiro a ter contato com um sinal de uma síndrome, de uma doença de ossos ou de um câncer de intestino. Eis um dos motivos de se escolher um bom dentista para conduzir o tratamento bucal.

Como diversas doenças iniciam pela manifestação através de manchas na mucosa oral, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução da doença e para aumentar as chances de cura. O auto-exame também é recomendado. Analisar periodicamente a própria mucosa bucal é simples. E caso detecte alguma alteração, deve-se, imediatamente, procurar um bom dentista.

Assim como o câncer gastrointestinal, o do trato respiratório também pode se manifestar precocemente através de manchas bucais. Além desses, o câncer de boca também pode vir precedido de mancha ou a própria mancha pode ser o câncer. O melanoma, por exemplo, é um tipo de câncer mais encontrado na pele, mas pode aparecer na cavidade bucal como uma mancha escura e tem evolução rápida e devastadora. As cirurgias para esse tipo de câncer, quando são possíveis, envolvem mutilação de boa parte da face do paciente.

O câncer de boca mais comum aparece na lateral e embaixo da língua. Pode surgir inicialmente como uma mancha branca ou branco-avermelhada. Evolui com endurecimento da língua, causando dificuldade na fala e deglutição, e somente em estágios mais avançados é que forma cavidades.

Pessoas infectadas por HIV também podem apresentar manchas arroxeadas na mucosa bucal. Às vezes, esse é o primeiro sinal da doença.

Portanto, é de suma importância que se dê atenção à saúde bucal. Próteses mal adaptadas, cigarro, álcool, dentes quebrados e ausêncas dentárias que proporcionem trauma de mucosa são fatores desencadeantes do câncer de boca. O auto-exame ajuda na detecção de anormalidades. Mas a consulta a um bom profissional cirurgião-dentista é necessária para que manchas que representem doenças ou câncer não sejam confundidas com aquelas causadas por remédios ou restaurações metálicas.

Manchas Bucais

A mucosa bucal é passível de machucados, mordeduras, queimaduras e também manchamentos. Como nossa boca entra em contato com os mais diferentes tipos de substâncias com texturas, temperaturas e cores variadas, as manchas podem representar desde uma simples alteração temporária devido uso de medicamento; mas como também a boca faz parte do nosso organismo, uma mancha pode refletir uma situação de doença severa..

As manchas qua mais chamam a atenção do paciente são as escuras. Em pacientes de pele morena e negra, são comuns as pigmentações melânicas raciais. Representadas por manchas marrons ou negras, essas pigmentações estão normalmente presentes na gengiva, mas podem também aparecer na bochecha, língua e palato (céu da boca). São manchas causadas por acúmulo de melanina e que não causam nenhum problema ao paciente. Àqueles que se incomodam esteticamente com essas manchas, há um tratamento de peeling gengival que melhora bastante a condição.

Uma outra mancha bastante comum é resultante de restaurações metálicas. O amálgama e os blocos metálicos, antigamente instalados com frequência, podem causar manchas escuras na gengiva e mucosas. Quando essas restaurações localizam-se entre dentes, o simples uso do fio dental pode proporcionar o aparecimento de manchas. Ou quando as restaurações fraturam e machucam a mucosa, podem se depositar detritos metálicos que aparecem em forma de mancha enegrecida.

Após procedimentos cirúrgicos ou traumas bucais que envolvem hemorragias, também há possibilidade de aparecer mancha na boca. Nesse caso, são depósitos de hemossiderina derivados da degradação de hemácias que geram manchas marrons. Normalmente, o próprio organismo se encarrega de eliminar essas pigmentações com o passar do tempo.

Há ainda as manchas resultantes de uso de medicamentos. Bochechos, quimioterápicos, hormônios em reposição e agentes antimaláricos são alguns dos exemplos que causam manchamentos na mucosa oral. Em relação aos agentes antimaláricos, esses são remédios também usados no tratamento de lúpus e artrite reumatoide. Na Amazônia, tais medicamentos são extensamente utilizados, já que a malária é endêmica nessa região; e o lupus e artrite reumatoide são doenças frequentes.

As manchas escuras causadas por esses remédios podem ser detectadas pelo dentista. Para tanto, é necessária uma consulta adequada, com informações precisas do paciente e um exame clínico acurado realizado por um bom dentista. Muitas vezes, não é necessária biópsia para fechar o diagnóstico. Como são manchas escuras, para não haver prejuízo estético do paciente, pode-se sugerir a troca da medicação ao médico assistente. E somente o médico pode decidir pela troca ou não da substância.

Outras manchas podem ser resultantes de doenças sistêmicas ou câncer de boca. Assunto vasto a ser explorado no próximo artigo.

Manchas bucais podem ter origens diversas. Somente um bom cirurgião-dentista pode conduzir um diagnóstico preciso e indicar os melhores tratamentos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A culpa é da medicação?

O principal motivo que leva as pessoas ao consultório dentário é a dor de dente. A maioria nem gosta de ouvir falar em dentista, então só procura atendimento quando realmente tem uma urgência. A principal causa de dor de dente é a cárie. Esse processo infeccioso não tem remédio que combata. Quando instalado, somente os procedimentos realizados pelo dentista podem deter seu avanço.

Vários são os fatores que contribuem para o aparecimento e desenvolvimento da cárie. Desde o grau de instrução da pessoa – que implica no entendimento e execução de técnicas de higiene bucal – até o conhecido açúcar. Mas, com certeza, todos os dentistas já receberam pacientes que colocam a culpa da cárie em medicamentos.

Sejam em si mesmos ou em seus filhos, muitos pacientes reclamam que após início de antibióticos, não para de surgir cárie. Ou que os dentes são fracos e pouco resistentes por causa de medicamentos tomados durante a infância. Há ainda aqueles que dizem que o dente já nasceu cariado por causa de remédios ingeridos.

As queixas são muitas, mas a atribuição dada aos antibióticos como causadores de cárie não faz parte da etiologia dessa doença, de acordo com estudos científicos.

O primeiro e mais importante fator presente nos medicamentos infantis e que está relacionado com causa da cárie é o açúcar. Para que o remédio fique com um sabor mais agradável ao paladar dos pequenos, são adicionados açúcares à sua formulação. Esses atuam como o nosso açúcar do dia-a-dia: se deixados sobre a superfície dentária, propiciam crescimento de bactérias nocivas ao dente.

Outro ponto relevante é a presença de corantes e espessantes. Para deixar o remédio com um aspecto mais agradável, de cor rosa ou vermelho, por exemplo, alguns produtos são acrescentados à formulação. A consistência um pouco mais grossa de alguns medicamentos também é resultado de acréscimo de produtos chamados espessantes, Tais alterações sofridas pelo medicamento podem prejudicar os dentes: corantes pigmentam os dentes e espessantes tornam o medicamento mais pegajoso, dificultando um pouco mais sua remoção quando usamos escova e fio dental.

Percebe-se, então, que realmente os remédios que tomamos podem colaborar para a instalação e desenvolvimento da cárie dental. Entretanto, essa condição é totalmente reversível. É bastante fácil impedirmos a influência negativa dos medicamentos sobre a superfície dental: escovação + fio dental + creme dental.

Após a ingestão de remédios, independente da hora – se de dia ou durante a madrugada – devemos sempre fazer a higiene bucal para mantermos a saúde dos dentes. Assim, não podemos mais atribuir aos medicamentos a causa da cárie. Sabemos que, se a cárie se instalar, foi porque nós mesmos negligenciamos os cuidados com a saúde de nossa boca.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Correção de Dentes Tortos sem Aparelho

Tradicionalmente, os dentes desalinhados e fora de posição são corrigidos com aparelho ortodôntico. Esse tratamento pode ser iniciado desde a infância, com aparelhos fixos e móveis. Mas é mais comum vermos adolescentes e jovens utilizando o aparelho fixo convencional, com aqueles bráquetes metálicos colados na parte da frente das coroas dentárias. Dificilmente os adultos se submetem à ortodontia, mas, quando necessário e dependendo do caso clínico, é possível corrigir dentes tortos sem necessidade de usar aparelho ortodôntico.
Com o avanço das cerâmicas odontológicas e dos cimentos que fazem a adesão dessas cerâmicas aos dentes, é possível fazermos as correções através de coroas e facetas. As cerâmicas são popularmente conhecidas como porcelanas. São materiais com alta resistência e elevado padrão estético. Apresentam polimento e brilho muito bons e a durabilidade e estabilidade de cor são os maiores dentre os materiais restauradores.
Para pacientes que não pretendem se submeter a tratamento ortodôntico por causa do desconforto causado pelo aparelho como alteração da fala, dificuldades mastigatórias e tempo prolongado de tratamento, há outra opção para correção dos dentes.
A confecção de facetas e coroas envolvem, comumente, desgastes dentários. O que também ocorre na ortodontia, já que muitas vezes é necessário desgastar um pouco alguns dentes e até mesmo extrair outros para a correção. Mas os desgastes realizados para facetas e coroas são maiores, normalmente.
A técnica de correção dos dentes através de facetas e coroas consiste, basicamente, em desgastar dente que está para fora da linha normal da arcada e acrescentar “dente” que está muito para dentro dessa linha. Dependendo do grau de desgaste, pode haver necessidade de tratar o canal do dente. E, em qualquer situação, uma vez que o dente for desgastado, não nascerá mais estrutura dental, ou seja, o tratamento é irreversível. As coroas são utilizadas quando precisamos desgastar ou refazer todo o contorno do dente. As facetas são indicadas quando há necessidade de mexermos somente na parte da frente do dente.
Quando os dentes estão muito desalinhados, pode ser necessário que se extraia algum dente para conseguir corrigir os demais. E com as facetas e as coroas, também podemos refazer a anatomia dos dentes. Assim, consegue-se a harmonia e a beleza do sorriso, bem como o seu alinhamento. Tão importante quanto a estética obtida através desses métodos é o equilíbrio da mordida que se obtém. Com dentes perfeitamente encaixados na altura correta, a musculatura da face, pescoço e nuca e as articulações da mandíbula trabalham adequadamente. Diminuindo, assim, a incidência de dores musculares e de cabeça.
Portanto, para aqueles que não pretendem se submeter a tratamento ortodôntico para correção de dentes tortos, há uma alternativa moderna e de grande previsibilidade na odontologia. Somente um profissional experiente no assunto pode oferecer um tratamento seguro e eficaz usando as porcelanas odontológicas.