Consultório da Dra. Nália

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Manchas Bucais: parte II

Conforme exposto no artigo da semana passada, a mucosa bucal pode apresentar diversos tipos de manchamento. Língua, bochechas, gengiva e palato (céu da boca) podem apresentar manchas temporárias ou definitivas, escuras ou claras, de origem do próprio organismo ou de substâncias ingeridas.

Algumas causas de manchamento citadas foram a de origem da melanina (mais comumente presente em pacientes de pele morena ou negra), de restaurações metálicas (como o amálgama e blocos metálicos, antigamente utilizados), de hemorragias (após traumas ou cirurgias) e de medicamentos (bochechos, quimioterápicos, hormônios em reposição e agentes antimaláricos).

Além dessas causas, há também as manchas provenientes de uma doença que o paciente possa apresentar ou aquelas relacionadas ao câncer de boca.

Algumas doenças se manifestam, inicialmente, através de manchas bucais, o que torna um bom exame clínico bucal imprescindível. O cirurgião-dentista pode ser o primeiro a ter contato com um sinal de uma síndrome, de uma doença de ossos ou de um câncer de intestino. Eis um dos motivos de se escolher um bom dentista para conduzir o tratamento bucal.

Como diversas doenças iniciam pela manifestação através de manchas na mucosa oral, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução da doença e para aumentar as chances de cura. O auto-exame também é recomendado. Analisar periodicamente a própria mucosa bucal é simples. E caso detecte alguma alteração, deve-se, imediatamente, procurar um bom dentista.

Assim como o câncer gastrointestinal, o do trato respiratório também pode se manifestar precocemente através de manchas bucais. Além desses, o câncer de boca também pode vir precedido de mancha ou a própria mancha pode ser o câncer. O melanoma, por exemplo, é um tipo de câncer mais encontrado na pele, mas pode aparecer na cavidade bucal como uma mancha escura e tem evolução rápida e devastadora. As cirurgias para esse tipo de câncer, quando são possíveis, envolvem mutilação de boa parte da face do paciente.

O câncer de boca mais comum aparece na lateral e embaixo da língua. Pode surgir inicialmente como uma mancha branca ou branco-avermelhada. Evolui com endurecimento da língua, causando dificuldade na fala e deglutição, e somente em estágios mais avançados é que forma cavidades.

Pessoas infectadas por HIV também podem apresentar manchas arroxeadas na mucosa bucal. Às vezes, esse é o primeiro sinal da doença.

Portanto, é de suma importância que se dê atenção à saúde bucal. Próteses mal adaptadas, cigarro, álcool, dentes quebrados e ausêncas dentárias que proporcionem trauma de mucosa são fatores desencadeantes do câncer de boca. O auto-exame ajuda na detecção de anormalidades. Mas a consulta a um bom profissional cirurgião-dentista é necessária para que manchas que representem doenças ou câncer não sejam confundidas com aquelas causadas por remédios ou restaurações metálicas.

Manchas Bucais

A mucosa bucal é passível de machucados, mordeduras, queimaduras e também manchamentos. Como nossa boca entra em contato com os mais diferentes tipos de substâncias com texturas, temperaturas e cores variadas, as manchas podem representar desde uma simples alteração temporária devido uso de medicamento; mas como também a boca faz parte do nosso organismo, uma mancha pode refletir uma situação de doença severa..

As manchas qua mais chamam a atenção do paciente são as escuras. Em pacientes de pele morena e negra, são comuns as pigmentações melânicas raciais. Representadas por manchas marrons ou negras, essas pigmentações estão normalmente presentes na gengiva, mas podem também aparecer na bochecha, língua e palato (céu da boca). São manchas causadas por acúmulo de melanina e que não causam nenhum problema ao paciente. Àqueles que se incomodam esteticamente com essas manchas, há um tratamento de peeling gengival que melhora bastante a condição.

Uma outra mancha bastante comum é resultante de restaurações metálicas. O amálgama e os blocos metálicos, antigamente instalados com frequência, podem causar manchas escuras na gengiva e mucosas. Quando essas restaurações localizam-se entre dentes, o simples uso do fio dental pode proporcionar o aparecimento de manchas. Ou quando as restaurações fraturam e machucam a mucosa, podem se depositar detritos metálicos que aparecem em forma de mancha enegrecida.

Após procedimentos cirúrgicos ou traumas bucais que envolvem hemorragias, também há possibilidade de aparecer mancha na boca. Nesse caso, são depósitos de hemossiderina derivados da degradação de hemácias que geram manchas marrons. Normalmente, o próprio organismo se encarrega de eliminar essas pigmentações com o passar do tempo.

Há ainda as manchas resultantes de uso de medicamentos. Bochechos, quimioterápicos, hormônios em reposição e agentes antimaláricos são alguns dos exemplos que causam manchamentos na mucosa oral. Em relação aos agentes antimaláricos, esses são remédios também usados no tratamento de lúpus e artrite reumatoide. Na Amazônia, tais medicamentos são extensamente utilizados, já que a malária é endêmica nessa região; e o lupus e artrite reumatoide são doenças frequentes.

As manchas escuras causadas por esses remédios podem ser detectadas pelo dentista. Para tanto, é necessária uma consulta adequada, com informações precisas do paciente e um exame clínico acurado realizado por um bom dentista. Muitas vezes, não é necessária biópsia para fechar o diagnóstico. Como são manchas escuras, para não haver prejuízo estético do paciente, pode-se sugerir a troca da medicação ao médico assistente. E somente o médico pode decidir pela troca ou não da substância.

Outras manchas podem ser resultantes de doenças sistêmicas ou câncer de boca. Assunto vasto a ser explorado no próximo artigo.

Manchas bucais podem ter origens diversas. Somente um bom cirurgião-dentista pode conduzir um diagnóstico preciso e indicar os melhores tratamentos.