Consultório da Dra. Nália

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Código de Ética Odontológica

Toda profissão é regida por uma série de normas de boa conduta. São regras que contemplam os direitos e deveres dos profissionais e que geralmente estão compiladas em um livro chamado código de ética. Na odontologia não é diferente, também temos o nosso código de ética. Entretanto, essas regras são desconhecidas pela população em geral, e às vezes, até mesmo por dentistas desatentos.

Uma das normas mais desrespeitadas é quanto à precificação. É proibido anunciarmos preços dos serviços odontológicos através de propagandas ou em panfletos. E por telefone, podemos informar os valores de consulta e, em caso de clínicas radiológicas, informar os preços de cada tipo de radiografia. Não podemos anunciar quanto custa uma limpeza ou um implante, de acordo com o código de ética. O que é facilmente compreensível quando se analisa a situação.

Os serviços odontológicos são individuais. Cada paciente tem uma necessidade diferente e apresenta um caso clínico único. Enquanto uns estão perdendo uma raiz dentária para colocar implante, outros já perderam os dentes há anos e necessitam de implantes, por exemplo. Cada situação deve ser estudada individualmente. E cada paciente apresenta uma condição de saúde geral só dele. Então não há como determinar esses valores sem levar em consideração o exame clínico, radiográfico e laboratorial.

Os planos odontológicos têm tabela e os consultórios também trabalham com valores de referência. No entanto, somente sabemos o que temos a fazer quando examinamos o paciente clinicamente e juntamos os exames auxiliares necessários. Não há como fazer uma consulta pelo telefone, nem tão pouco falar preços de procedimentos sem antes examinar o paciente. E nem mesmo podemos fazê-lo, de acordo como Conselho Federal de Odontologia.

Nesse aspecto entra outro ponto a se comentar: a cobrança da consulta odontológica. De acordo com o código de ética, os dentistas são livres para cobrar ou não a consulta. Mas, ao vermos que é nesse momento que utilizamos boa parte do nosso conhecimento e experiência e iniciamos o planejamento do caso clínico, além de termos custos envolvidos, fica clara a necessidade da cobrança desses honorários.

Assim, é contra a ética odontológica a divulgação de preços de tratamentos dentários por qualquer meio de comunicação. As propagandas devem ser cautelosas para lembrarmos que se trata serviço de saúde, e não de uma loja vendendo produtos industrializados.

Dessa forma, sorteios de aparelhos ortodônticos, de limpeza ou qualquer tratamento dentário são ilegais. E entrega de prêmios sorteados entre pacientes de um consultório também é proibida. O código de ética é bem claro e a ação do Conselho Regional de Odontologia se dá após uma denúncia da infração.

O bom cirurgião-dentista é aquele que se preocupa com a ética da profissão e que respeita os princípios que regem a odontologia.


 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A importância do flúor

Ocorreu entre 2 e 5 se setembro, em Águas de Lindóia (interior de São Paulo), o maior congresso brasileiro de pesquisa odontológica. Todos os profissionais comprometidos com a pesquisa e o ensino da odontologia no Brasil participaram ativamente do evento. Trata-se de um congresso em que se encontram desde pesquisadores iniciantes, como alunos de iniciação científica da graduação, até os cientistas e professores mais renomados do Brasil.

Um desses, na verdade o maior pesquisador da área no Brasil, é o professor Jaime Cury, que estava presente no evento. Cientista e professor da Unicamp, Cury foi um dos palestrantes do evento. Tendo centenas de publicações nacionais e internacionais, ele é um dos pesquisadores mais respeitados do mundo e versou sobre o tema de seu domínio: o flúor.

Desde a década de 60, já se inicia a preocupação com os altos índices de cárie no Brasil. Entre 1960 e 1970, algumas cidades do Sul e Sudeste do país começaram a receber suplementação de flúor através da água de abastecimento público. Alguns estudos foram conduzidos e percebeu-se uma redução importante no índice de dentes cariados de crianças que moravam nas áreas de água fluoretada. A medida foi, então, expandida para outras cidades e chegou, timidamente, nas regiões centro-oeste, nordeste e norte.

Entretanto, o coeficiente de diminuição de dentes cariados ainda não havia atingido um valor satisfatório. Foi então que, através de pesquisas desenvolvidas sob orientação do professor Cury, estabeleceu-se a adição do flúor no creme dental. Isso ocorreu somente no final da década de 1980. E o governo brasileiro determinou, baseado nos estudos deste ilustre cientista, que todo creme dental deveria ter uma determinada quantidade de flúor na sua composição. Uma quantidade mínima de 1000 e máxima de 1500ppm de flúor na pasta de dente passou a ser lei no Brasil.

Após isso, os índices melhoraram ainda mais. E o creme dental se tornou a maneira mais eficaz de se levar flúor até as regiões mais remotas do nosso país. Uma vez que a água de abastecimento público ainda não tem uma eficiência de distribuição em todo o país, em especial nas regiões norte e nordeste, infelizmente.

Sendo assim, é importante questionarmos com nossas autoridades a necessidade da fluoretação da água de abastecimento público para beneficiar a população. A cárie é uma doença que há 50 anos é problema de saúde pública e medidas simples podem levar à redução e prevenção desse mal. Utilizar água fluoretada e creme dental com a quantidade certa de flúor são essenciais. Somente os dentistas comprometidos com o ensino e a pesquisa odontológica contribuem para o avanço da ciência brasileira em prol da saúde de todos.